SOFRIMENTO
E ESPERANÇA NO EXÍLIO
Para iniciar é bom entender que
exílio na Bíblia, ocorre de duas formas: o na própria terra e o da deportação
(que é diferente do que estamos acostumados a pensar, como no caso da
escravidão).
Pensar que vivemos em exílio também
nos dias de hoje parece um pouco exagero mas, vamos mais a fundo para traçar
uma comparação no final. Tomo nota do autor Milton Schwantes e vale a pena
pensar na situação:
“Estar em exílio é estar fora dos
direitos básicos da vida. Milhões são os exilados.” (Pág. 10)
O destaque do livro é para o
exílio da Babilônia, mesmo havendo analisado na história bíblica vários outros
e mais cruéis que na babilônia, porque muito se é cantado e pregado sobre ele?
Os exílios anteriores ao da
Babilônia, foram massacrantes, duros, cruéis, porém não duradouros. E até
debaixo da descendência de Davi; o povo de Israel vivia em grande opressão.
Já na Babilônia, eles estavam
juntos. Permaneceram em grupo e provavelmente foi bom para a sobrevivência
deles. Sua cultura não foi totalmente abalada e nem tampouco perderam a fé em
Javé.
Nesse caso, também, segundo os
historiadores, escritores, cronistas do exílio, descrevem como o mais sofredor,
talvez porque quem havia sido deportada era a elite de Israel, os nobres foram
escravizados. O que eles faziam com o povo, foram obrigados a passar pelo
mesmo. Foram forçados a trabalhar duro, de sol a sol. Em outros tempos, eles
impunham o trabalho forçado aos seus súditos e agora, estavam experimentando do
próprio veneno.
Penso que quando havia opressão
sobre o povo e eles eram levados cativos ou mesmo humilhados em sua própria
terra, com repressão e cenas de sangue com muita crueldade, não teve bastante
destaque por causa da resistência deles. Lutas e fé em Deus para que Ele os
livrasse daquela situação.
Outro assunto, eram as leis no Pentateuco
e um pouco mais adiante a forma de como a sociedade vivia, não havendo
necessidade de um Estado formado, bastavam as leis de Deus. O Senhor regia essa
sociedade. Já havia dito Gideão em Juízes 8.23
“Não
dominareis sobre vós e nem tão pouco meu filho dominará sobre vós. Javé vos
dominará”
Percebe-se que enquanto Deus era
o soberano nessa nação, eles poderiam até travar batalhas grandiosas e muito
sofrimento mas, eram vitoriosos sobre o Poder de Deus.
Os exílios, que me consta, é que
eram dados como castigo de Javé para o povo. O Pentateuco traz leis e
orientações para o povo seguir sem a necessidade de formar um Estado, com o
passar do tempo o povo de Deus exigiu um rei e entende-se que eles passaram a
depositar sua confiança no homem, no rei, no chefe de Estado.
Também o povo de Israel desviava
seus caminhos constantemente, e suas práticas desagradavam a vontade de Deu,
ele era duramente reprimido, segundo os profetas que se levantavam.
Principalmente Isaías, o qual passou tempos conscientizando o povo a se
arrepender e voltar para o bem e revelando uma “luz no fim do túnel”, uma
liberdade, uma Esperança.
A Esperança de um libertador,
Servo vicário para tirá-los de uma vez por todas daquela situação, fazia com
que o povo resistisse e tornava-os forte.
FIM
DO EXÍLIO
Em 539, terminava o exílio. Neste
ano, a Babilônia foi subjugada definitivamente pelos persas. Ciro, rei persa,
foi triunfalmente recebido. Era uma nova época, e sobre seu reinado foi concretizado
os projetos dos exilados.
Fiquei atento na leitura, que a
maioria do povo de Deus permaneceu em Judá mesmo depois de ser destruída pelos
babilônios, como observamos no início que muitos dos exilados eram os nobres.
Ou seja, a minoria se deslocou para a Babilônia, talvez por uma escolha de não
morar em escombros. Da minoria exilada, poucos retornaram à Palestina, poucos
usufruíram da liberdade.
No pós-exílio os remanescentes
exilados, escreveram a história como se todos os israelitas tivessem sido
deportados, foi a visão deles para a história.
Foi marcante para eles, darem
início a reconstrução do templo, que se tornou prioridade para formação da
sociedade israelita, e mais, a lei tornou-se um estilo de vida dali para a
frente.
O decreto de Ciro é apresentado
como projeto persa, não vemos os exilados envolvidos na edição deste projeto.
Também não significa que eles não estivessem por trás disso.
Apesar deste decreto persa,
beneficiarem os exilados, a Palestina era interessante para eles. Não só deixaram
que os exilados voltassem para lá e a reconstruisse por “bondade” mas, por
interesse pessoal.
Lutamos por um novo Sião. empenhamo-nos por uma nova
cidade. em diferenças às cidades que hoje massacram e sugam seus moradores, a
nova cidade será transbordante. nela haverá lugar para as pessoas. os muros e
cercas que defendem as propriedades patronais hão de cair.
A América latina foi transformada num vale de ossos.
somos povos em pleno exílio. o massacre das nações indígenas clama aos céus. a
espoliação das escravas e dos escravos, para cá deportados, ressoa nos porões
dos navios negreiros e nos canaviais. (milton shcwantes – sofrimento e
esperança no exílio)
Não poderia deixar de
tirar essas anotações do autor que me tocaram como reflexão.
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