quarta-feira, 26 de novembro de 2014

CRÍTICA DO FILME: PONTO DE MUTAÇÃO



Como o filme foi baseado no livro de Fritjof Capra, de mesmo nome, parece-me em primeira mão, ao conhecer o perfil do escritor, que seu objetivo era mostrar ao leitor (telespectador, no caso do filme), seu pensamento naquilo que acredita.
Embora, no filme, vemos vários conceitos, girando em torno da humanidade e seu papel na sociedade como cidadão, representante da natureza, de onde veio e para onde vai com toda a irresponsabilidade no mundo em que vive. Qual o fim da natureza nas mãos do homem? Porque tantos sofrimentos e desigualdade em distribuição de riquezas? Porque o homem se tornou tão mecânico ao longo dos tempos?
Todas essas questões, acredito que sendo do ponto de vista de Carpra, foram declaradas através de um diálogo entre um Político (Jhon), um poeta (Tom) e uma Cientista (Sonia).
Os três iniciam um debate, baseado em suas experiências e funções, e em tudo o que se tornaram, apesar de muitas vezes serem questionados, confrontados um ao outro.
Ainda em meios às suas discussões teóricas sobre uma solução para melhorar o mundo, eles se deparam com dois jovens brincando em uma das salas, e reflete muitos jovens da atualidade, senão a maioria. Sem saber o que fazem e bastante despreocupados com o que representa aquele castelo para a história. A ignorância que muitos jovens, trazem consigo, sobre o seu lugar na sociedade, como responsável pelo mundo e o futuro, e sobre quem ele é pra ele mesmo. Isso me chamou a atenção.
Jhon, é um personagem, que mostra como um político se sente depois de alguns anos no mesmo trabalho, cheios de gente ao redor, com pressões dos seus assessores para cumprir agenda social e provavelmente de seus eleitores (como todo político) para respostas imediatas e soluções para satisfazer a necessidade do povo.
Tom, amigo de Jhon, que o recebe na França, que por sua vez, passa para nós uma imagem que normalmente temos de artistas. Se preocupa com sua arte, dificilmente se posiciona em favor de uma causa específica, de uma "bandeira" erguida pela maioria - ele me lembra a "Gata" dos Saltimbancos. Essa citação no início do filme, cai bem em Jhon "As pedras falam, eu estou calado."
Sonia, cientista que eles conhecem no monte de St Michel. Quando conhecemos sua vida, aliás é a única que conhecemos melhor, mostra o quanto ela se preocupa tanto com o mundo que chega a esquecer de seu papel na família. Geralmente, vimos pessoas assim, que se dedicam tanto a uma causa ao ponto de deixar tudo ao seu redor. Do pouco que entendi sobre a personagem, é que ela está mais ligada aos pensamentos filosóficos que ela aprendeu lendo livros do que com sua própria conclusão ou análise sobre eles, apesar de ser a que mais fala no filme, expondo "suas opiniões". Ela é o retrato do escritor, promovendo seu trabalho como físico e defensor da ecologia e conhecedor de filosofias orientais.
O filme, é maçante. Pra quem assiste é como se estivesse ouvindo a obra de Capra. Melhor, como se estivesse ouvindo um livro científico - ainda se diz um drama, o filme. Uma drama para nós que assistimos. O filme não prende, porque não é dinâmico mas, nos faz assistir até o final pelo interesse que nos desperta sobre a Humanidade e a Compreensão da vida.
Vale a pena, e também pensar nos questionamentos e conclusões que ele nos traz, a fim de formarmos nossa própria opinião no tema abordado por ele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário