Percebo que o
texto quer mostrar que Jesus não era convertido, apesar de acreditar que Ele é
Deus e nasceu sabendo de tudo.
Confesso, que
fiquei um pouco confuso ao ler o texto mas, também não posso ignorar totalmente
o que li, afinal, Jesus veio ao mundo como homem para passar pelo mesmo que nós
passamos.
Entendo, que
ele teve uma vida normal, como criança brincou; como todo adolescente, passou
por transição onde talvez, deva ter tido conflitos interiores; jovem, ao ponto
de desejar um futuro brilhante de sucesso... Mas aos 30 anos (segundo, conheço
que foi quando Ele deu início ao Seu ministério), Ele percebeu mesmo, que a Lei
a qual viveram até ali estava cegando os olhos dos homens em obedecer-lhe
somente.
Aliás, venho
com o meu comentário entre parênteses, refletir: "onde
deu início ao seu ministério", que nessa época Ele tomou consciência
da sua missão na Terra, ou seja, uma nova conversão. Agora, racional, creio eu.
JESUS
Segundo a
Bíblia, Jesus é e sempre será superior a qualquer outro personagem contido
nela. O autor escreve "Jesus... Recusou submeter-se aos requisitos da lei.
Não domina nem controla sua vida", porque ali estava começando a aparecer
na história como homem que entendia perfeitamente o plano de Deus para vida Dele.
Não é a
primeira vez que vejo, leio ou ouço de que Jesus deixou que concluíssem a
respeito Dele, antes de declarar quem Ele realmente era.
Ficou claro, quando
li em Marcos 1.7, que Jesus pudesse ser discípulo de João Batista, pois todos
que andavam com ele e ouviam que tinham que se arrepender de seus pecados e confessá-los logo depois disto, eram batizados com água,
deduz-se que Jesus também teve que se arrepender de seus "pecados",
confessá-los ao Senhor e foi batizado.
Mas no momento, João Batista teve a confirmação e viu e ouviu uma voz
que vinha dos céus para anunciar que "aquele era o Filho de Deus"
(Mc. 1. 10,11).
Como Jesus se
viu de maneira tão diferente daquilo que Ele era, antes de João Batista ser
capturado?
O autor, diz
que João estava preocupado de seus seguidores se desviarem do caminho que ele
havia ensinado como o certo, e que precisava de alguém que o sucedesse.
Qualquer discípulo de João poderia sucedê-lo mas, ele viu a Jesus, pelo seu
nascimento (algo tão extraordinário, deveria ser ele o Messias), e foi
comprovado através de suas ações. Sorte de João Batista, então.
REJEIÇÃO DA LEI
Quanto à
declaração de Jesus no Sermão da Montanha "não
cuideis para que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas
cumprir", vejo em muitos casos que Ele estava mais preocupado em
mostrar um significado maior para a prática das ordens de Deus; que Deus estava
dando uma segunda chance para o povo escolhido, e em muitas passagens Jesus
aconselhava a cumprir a lei.
Jesus rejeitou
a lei quando os fariseus ou sacerdotes do templo impunham como maior que a
personificação de Deus.
Os próprios
"donos da lei" (posso assim dizer para aqueles que velavam a ela)
esqueceram-se que no passado, Deus havia dado várias chances ao povo de Israel
para se "arrependerem" e voltarem para o que Ele havia decretado como
sendo justiça, o correto a fazer e a se viver se quisessem viver nos céus.
Jesus trabalhou
seu ministério como intérprete soberano cheio de conhecimento da lei para se
valer uma nova vida, uma nova conversão sim; não como povo bravo e defensivo
mas, agora como "filhos de Deus, feitos a imagem e semelhança", o
nascimento de uma nova era.
Jesus estava
transmitindo, dessa vez como Deus gostaria de ser visto, o que Ele sempre foi,
pois Deus é imutável.
Deus como Pai,
que assim como as questões dos "limites" que damos ao filho e a
correção no caso de romper com esses limites, Deus também os amava de forma
diferente daquilo que viam a Ele como Deus dos castigos, ditador, etc.
"Deus assumindo a forma de Pai, não
como legislador"
A PEDRA DE
TOQUE DA SALVAÇÃO
Conforme foi
crescendo, tudo o que Jesus havia aprendido com João Batista a cerca das leis
judaicas, foi se desenvolvendo com seu entendimento da vontade verdadeira de
Deus.
Jesus sabia que
era o Filho de Deus e tinha ligação íntima e sobrenatural com Ele.
A vontade de
Deus sempre esteve na lei mas, as pessoas tornaram-na acima de qualquer
compaixão ou amor entre elas mesmas.
Pois o segundo
maior mandamento é amar ao próximo como a si mesmo; natural compreendermos
assim, pois a partir do sexto mandamento em Ex.20 lemos sobre relacionamento
entre seres humanos, se houver preservação e obediência a essas leis o Deus que
está no passado é o mesmo a quem Jesus veio representar.
Concluo que
houve uma conversão em Jesus homem, discípulo de João Batista e judeu. Jesus
tornou-se exemplo de como qualquer ser humano pode viver moralmente,
eticamente, honestamente e justo.
PAULO
Quanto a sua
conversão, foi diferente de Jesus, porque em Paulo houve uma mudança de atitude
no momento em que encontrou-se com o Mestre. Mesmo aparentemente, segundo sua
declaração em 2Co5.16, tenha conhecido a Jesus, e foi num momento muito depois
de Sua morte.
Acredito que de
algum modo Paulo pode ter se encontrado com Jesus mas, não que tenha sido o
jovem rico da parábola em Mc 10.17-20, deduzo que Paulo tenha sido desde sempre
o judeu ferrenho sem buscas de explicações para entrar no Reino do Céu que
Jesus estava anunciando, sendo assim, logo depois o perseguidor dos cristãos.
A forma como
Paulo conheceu a Jesus, mostra que ele nunca tinha encontrado pessoalmente com
ele. Para um homem duro como Paulo, como poderia haver uma mudança se não fosse
através de algo tão sobrenatural quanto o que aconteceu com aqueles que
precisavam de um milagre de cura.
Paulo sabia que
Jesus estava morto, e isso bastava, o que perturbava a ordem eram os integrantes
da "nova seita surgida ali" O
Caminho (At.9.2). Jesus vivo, depois de todo o relato que aconteceu com Ele
antes e durante a sua morte, como? Paulo viu e sentiu. Esse encontro que,
representava que qualquer pessoa poderia ter mesmo depois de dois mil anos,
assim mesmo. O Cristo ressuscitado.
Penso que Paulo conhecia muito bem a história
de vida de Jesus e suas Palavras e ações de quando estava vivo, do mesmo modo
que os fariseus odiaram a Jesus, Paulo era um deles.
Quando
encontrou Jesus, e foi-lhe revelado que pregaria aos gentios, todas as palavras
de Paulo e suas cartas foram com intenção de revelar a Cristo como Filho de
Deus e Senhor aos que viviam sob mesma condição de Saulo (nome pelo qual
atendia antes da conversão).
Além de Paulo
conhecer sobre Jesus, logo após a aparição ele foi a encontro de Ananias, o
qual deve ter falado mais a cerca do que Paulo havia experimentado. E esteve
com os discípulos, com certeza aprendendo. O que Paulo diz em Gl. 1.11,12 "que o Evangelho que por mim foi anunciado
não é segundo os seres humanos. Porque não aprendi de ser humano algum, mas
pela revelação de Jesus Cristo", me leva a entender que ele faz
separação do que ouviu quando não era convertido e depois de convertido (que
todo seu discurso foi mudado), até porque ele fala que o evangelho já estava
sendo pregado de forma diferente daquilo que Jesus pregou.
"Estou admirado de que tão depressa
estejais desertando daquele que vos chamou na graça de Cristo, para outro
evangelho, o qual não é outro; senão que há alguns que vos perturbam e querem
perverter o evangelho de Cristo" (Gl. 1.6,7)
REJEIÇÃO DA LEI
Quanto a Paulo,
parece-me bem fácil ele rejeitar a Lei, pois Jesus já era a verdade absoluta
para ele, então o que Jesus fez e que provavelmente foi difícil - pois ele já
tinha uma educação e cultura de berço - era como se fosse uma abertura para O CAMINHO, então se Jesus era a verdade
e falava com autoridade, e Paulo o reconheceu como o Messias esperado dos
judeus, porque não rejeitar a lei e abranger o pensamento de Jesus para todos?